Conhecer Portugal – Barreiro

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Em vários sítios de Lisboa se avista o Barreiro, embora muitas pessoas não saibam identificar a cidade do outro lado do rio. Pertencente ao Distrito de Setúbal, o Barreiro está integrado na Área Metropolitana de Lisboa e usufrui de uma localização privilegiada, na margem Sul do Estuário do Rio Tejo.

Em meados do século XIX, foi construído o Caminho de Ferro do Sul, entre o Barreiro e Vendas Novas e ramal de Setúbal. A escolha do Barreiro para terminal ferroviário deveu-se às condições de acessibilidade marítima e à proximidade com Lisboa. O Barreiro tornou-se, deste modo, o nó estratégico da ligação Norte-Sul e uma vila industrial e operária. São muitos os vestígios industriais espalhados pela cidade, como as oficinas do Caminho-de-Ferro, a Estação do Caminho de Ferro Sul e Sueste, a Rotunda das Máquinas, os troços e ramais ferroviários, bem como armazéns e outras instalações.

No início do século XX, Alfredo da Silva adquiriu um lote entre a Praia Norte do Barreiro e a Praia dos Moinhos do Lavradio, onde construiu, em 1907, as fábricas da CUF no Barreiro. Nos anos seguintes, a indústria não parou de crescer, transformando o Barreiro no maior centro fabril do país.

O que visitar:

• Campo Arqueológico de Coina: A Real Fábrica de Vidros Cristalinos de Coina foi mandada construir por D. João V. Constituiu um importante empreendimento industrial na política manufatureira joanina, fabricando vidro branco, vidro verde e chapa de vidro para vidraça e espelho. Os produtos chegaram ao Brasil, a Espanha e à China, concorrendo com os vidros ingleses contemporâneos. Atualmente, está classificado como Imóvel de Interesse Público.

• Convento Madre de Deus da Verderena: Construído no século XVI e XVII, o Mosteiro da Verderena é o décimo sétimo da Província de Santa Maria da Arrábida. Do convento concluído no início do século XVII, são poucos os elementos presentes: o pórtico da fachada Sul, a entrada principal do estabelecimento, algumas cantarias e um conjunto bastante variado de fragmentos azulejísticos. Depois de 25 de Abril de 1974, o Convento é utilizado para atividades culturais. No auditório, antiga Capela, realizam-se conferências, reuniões, espetáculos e exposições. Para visitar o Convento, é necessária uma marcação prévia.

• Igreja da Misericórdia: Fundada em 1569 pela Irmandade local de Misericórdia, trata-se de um pequeno templo de nave única, com o interior revestido de azulejos do século XVIII.

• Igreja de Nª Sª da Graça de Palhais: Igreja dos séculos XVI a XX, foi edificada pelos moradores de Palhais que pertenciam à Ordem Militar de Santiago. Com estilo Manuelino, possui uma única nave retangular, paredes de alvenaria e revestimento de azulejos verdes e brancos do séc. XVI. Apresenta duas capelas funerárias quinhentistas, a Capela do Espírito Santo e a Capela de S. Miguel.

• Igreja de Santa Maria: Com uma estética nacionalista defendida no Estado Novo ao longo da década de 30, foi classificada como Monumento de Interesse Publico a 23 de Novembro de 2011.

• Portal da ermida de S. Sebastião: O Portal, feito de cantaria e decorado com motivos vegetalistas, caraterísticos do estilo Manuelino, pertence à antiga Ermida de S. Sebastião (século XVI), que ficou destruída quase por completo com o terramoto de 1755. Posteriormente, foi integrado na Igreja de S. Francisco.

• Centro de Interpretação do Campo Arqueológico da Mata da Machada (CICAMM): Inaugurado em 2013, oferece uma exposição sobre o funcionamento da olaria que ocupou aquele local. O seu forno foi descoberto acidentalmente em 1980 por um visitante. A sua instalação explica-se pelas matérias-primas disponíveis: água, lenha e mato – utilizadas como combustível para a fornalha do forno. As visitas são guiadas e necessitam de inscrição. Realizam-se de Maio a Setembro, para grupos de 5 a 15 elementos.

• Estátua Alfredo da Silva: É um monumento em Homenagem a Alfredo da Silva, que se situa junto ao Parque Catarina Eufémia. O monumento, com cerca de 4 metros de altura, é da autoria do escultor Barata Feyo e é construído em bronze.

• Espaço Memória: Inaugurado em 28 de Junho de 2014, este espaço pretende divulgar o património histórico-cultural da cidade, sendo constituído por espólios, arqueológicos e outros que foram legados ou depositados. Possui uma exposição sobre as diversas temáticas, para que o visitante possa adquirir a perceção do passado do Barreiro.

Praias, Jardins e Espaços Verdes:

• Praias de Alburrica, do Clube Naval, da Barra a Barra e de Copacabana
• Parque da Cidade:
Maior parque da cidade, que conta com zona de merendas, 4 campos de ténis, um parque infantil, relvados, pista para skate e para bicicletas de todo-o-terrenos, parede de escalada, locais para jogos tradicionais, uma cafetaria e esplanada, parques de estacionamento, lagos e o Auditório Municipal Augusto Cabrita.
• Parque Catarina Eufémia:
Zona de lazer com parque infantil, caminhos ao redor de pequenos canteiros e um pequeno tanque curvilíneo.
• Jardim dos Franceses:
É um dos jardins mais antigos do Barreiro.
• Polis/ Parque Recreativo da Cidade:
Percurso ribeirinho, com ciclovia, relvados e zona de recreio livre. Tem vista para o rio, para o Seixal e para a Serra da Arrábida.
• Passeio Ribeirinho Augusto Cabrita/ Avenida da Praia:
Zona ribeirinha com vista sobre o rio Tejo e Lisboa, desde a Ponte 25 de Abril até à Ponte Vasco da Gama. Antiga praia da Bela Vista, local de veraneio de Barreirenses e Lisboetas. Atualmente, esta Avenida conta com um parque infantil, campos de jogos, relvados, a piscina municipal, o clube naval o moinho de vento do Jim (1827) e locais de restauração e bebidas.

Opinião de Ana Catarina Cabrito, uma Barreirense:

O que mais gostas no Barreiro?

Acho que aquilo que mais gosto no Barreiro é a sua proximidade de Lisboa, ou seja, mesmo que passes o dia todo em Lisboa (a trabalhar, a estudar, ou outra coisa qualquer), no fim do dia regressas facilmente ao sossego da tua casa. Consegues ter o melhor dos dois mundos: a adrenalina de uma Capital e a calmaria da tua casa. Basicamente, gosto do facto de ser um subúrbio separado por um rio.

Achas que as pessoas têm uma ideia errada da cidade?

Sim, acho que as pessoas têm uma ideia completamente errada. Acham que isto é tudo um bairro social, onde só há facadas e os prédios estão a “cair de podres”. Mas não. Apesar de haverem bairros sociais e alguns conflitos, há muitas coisas boas no Barreiro e muita inovação. Já para não falar do facto de ter sítios “escondidos” com paisagens inexplicáveis, que são quase como belezas inexploradas.

Se pudesses, mudavas alguma coisa no Barreiro? Se sim, o quê?

Mudava os conflitos que por vezes existem, mudava o funcionamento do Hospital do Barreiro e mudava alguns autocarros para passarem perto de minha casa!